O Grupo Elecnor faturou 110,1 milhões de euros em 2023, 7% a mais que no ano anterior

O Grupo Elecnor obteve um lucro líquido de 110,1 milhões de euros em 2023, 7% acima do valor obtido no ano anterior. Por outro lado, as vendas totalizaram 3,792 bilhões de euros em 31 de dezembro de 2023, 11,8% a mais que no mesmo período de 2022. Tanto o mercado nacional (que representa 39% da Receita total) como o mercado internacional (61%) registraram um notável aumento de 6,1% e 15,8%, respetivamente.

Esta evolução positiva de todos os resultados do Grupo foi possível graças ao aumento do volume de atividades relativas a serviços essenciais que o Grupo desenvolve nos Estados Unidos e em países europeus, principalmente na Espanha e na Itália, e à execução de projetos sustentáveis da Elecnor, principalmente na Austrália, no Brasil e no Chile.

O EBITDA das operações continuadas foi de 204,9 milhões de euros, 38,8% acima do valor obtido no ano anterior. O resultado foi beneficiado pelo negócio de serviços essenciais e projetos sustentáveis desenvolvidos pelo Grupo.

Durante o ano de 2023, o Grupo desenvolveu sua atividade através de três subgrupos de empresas que se complementam, e que estabelecem seus objetivos individualmente:

Elecnor (Serviços Essenciais e Projetos Sustentáveis)

Por áreas de negócio, o volume de negócios da Elecnor (Serviços Essenciais e Projetos Sustentáveis) aumentou 13,5%, passando a 3,886 bilhões de euros, enquanto seu lucro líquido atribuível foi de 84,4 milhões de euros (+9%), com um desempenho positivo este ano.

No mercado nacional, a atividade manteve sua trajetória de crescimento graças aos serviços essenciais prestados para os setores de energia elétrica, telecomunicações, água, gás e transporte de energia. Vale ressaltar também a atividade de manutenção realizada tanto para o setor público como para o privado. Da mesma forma, destacam-se as obras de construção de parques eólicos e fotovoltaicos e as atividades relacionadas ao autoconsumo e à eficiência energética.

No mercado internacional, a trajetória positiva do volume de negócios se deve aos projetos sustentáveis que o Grupo desenvolve na Austrália, no Brasil e no Chile (principalmente energias renováveis e linhas de transmissão de energia elétrica). Contribuíram também a construção de usinas fotovoltaicas na Colômbia, República Dominicana e Gana, parques eólicos no Brasil, centrais hidroelétricas em Camarões, subestações também neste mesmo país, além de Moçambique e Gâmbia, e linhas de transmissão na Zâmbia. A atividade das filiais norte-americanas (Hawkeye, Belco e Energy) também contribuíram para estes resultados.

A carteira de contratos previstos para serem executados nos próximos 12 meses é de 2,577 bilhões de euros (em relação aos 2,408 bilhões de euros do final de 2022). Deste valor da carteira, 71% correspondem ao mercado internacional, no valor de 1,828 bilhão, e 29% correspondem ao mercado nacional, no valor de 749,6 milhões de euros. A carteira do mercado nacional é composta basicamente por contratos da atividade de serviços essenciais, bem como por projetos sustentáveis de construção de usinas de energias renováveis. A carteira internacional é constituída tanto por projetos em países europeus (Itália e Reino Unido) onde são realizadas atividades relacionadas a serviços, como em outros países (principalmente Austrália, Estados Unidos e Brasil) onde foram contratados importantes projetos de construção de usinas de geração de energia procedente de fontes renováveis e transmissão de energia.

Enerfín

Dentro da estratégia do Grupo Elecnor de rotação de investimentos com altas necessidades de capital, a empresa assinou um contrato com a Statkraft para a venda de 100% de suas quotas de participação na Enerfín e espera-se que a transação esteja concluída até meados de 2024. Neste contrato (assinado em 17 de novembro de 2023), o valor comercial da empresa foi avaliado em 1,8 bilhão de euros, com uma entrada de caixa de 1,4 bilhão e um ganho de capital líquido consolidado de 0,8 bilhão.

A Enerfín obteve um resultado de 39,6 milhões de euros em 2023, em relação aos 44,7 milhões de 2022. Tudo isto devido aos altos preços da energia que marcaram o exercício de 2022, e que lhe permitiram obter um volume de receita superior ao previsto nos orçamentos.

A Enerfín participa em 1.734 MW (1.552 MW no final do ano passado) de energias renováveis em operação e construção na Espanha, Brasil, Canadá e Colômbia. Atualmente, a empresa possui uma carteira de projetos que ultrapassa os 10 GW.

Celeo

A Celeo, empresa 51% do Grupo Elecnor e administrada em conjunto com a APG, participa de 7.942 km de linhas de transmissão de energia elétrica no Chile, Brasil e Peru, em operação e construção (6.891 km no final de 2022), além de 345 MW de energia renovável (fotovoltaica e solar térmica) na Espanha e no Brasil (345 MW também no final de 2022). Até o final do ano passado a empresa administrava um total de ativos em operação de cerca de 6,317 bilhões de euros (em comparação aos 5,924 bilhões de euros dos doze meses anteriores).

Em termos de adjudicação de novos projetos, 2023 foi um ano histórico para a Celeo, com a conquista de 5 novos projetos de concessão:

• A Celeo Redes Brasil conquistou o lote 6 do leilão da ANEEL (Leilão 1/2023) que aconteceu no dia 30 de junho em São Paulo. A concessão inclui o financiamento, construção e operação de uma linha de transmissão de 500 kV SE Xingó-SE Camaçari II, com 357 km de extensão em circuito duplo e inclui também os equipamentos de conexão às respectivas subestações.
• No seguinte leilão do ano, em dezembro, Leilão 2/2023, a Celeo Brasil foi vencedora do Lote 3, com o projeto da LT de 500 kV Marimbondo 2-Campinas. Este projeto consiste em uma linha de circuito simples de 388 km nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
• No caso do Chile, a Celeo conseguiu duas novas obras de ampliação das subestações de Hualqui e La Pólvora, na Licitação Pública Internacional para Obras de Ampliação previstas no Decreto Especial n.º 200/2022.
• Além disso, a Celeo vem consolidando sua presença no Peru tendo conquistado o terceiro Contrato de Concessão no país, Piura Nueva-Frontera, projeto que inclui a ampliação de uma subestação existente e a construção de 270 km de linha de 500 kV que se conectará ao Equador para a troca de energia elétrica.

No exercício de 2023, a Celeo contribuiu com um lucro líquido consolidado atribuível de 15,4 milhões de euros (em comparação aos 17,2 milhões do ano anterior).

Um balanço sólido e alavancagem financeira moderada

Durante 2023, o Grupo Elecnor conseguiu gerar, através de sua atividade operacional, um fluxo de caixa de 206 milhões de euros e realizou um esforço de investimento líquido no valor de 268,1 milhões de euros.

A Dívida Financeira Líquida Corporativa com recursos fechou em 222,6 milhões de euros em relação aos 120,8 milhões com os que encerrou 2022. O crescimento foi fruto fundamentalmente do esforço de investimento que o Grupo vem fazendo com a construção de novos projetos de geração de energias renováveis no subgrupo Enerfín

O índice de endividamento no final deste ano, calculado como a Dívida Financeira Líquida com recursos dividida pelo EBITDA com recursos, é de 0,91 vezes. Este índice já está consolidado abaixo de 1 vez, respeitando assim o índice de referência estabelecido no contrato de financiamento sindicalizado (2,75 vezes). Os índices DFN/EBITDA positivos mantidos nos últimos anos foram possíveis graças ao bom desempenho dos negócios em termos de geração de caixa.

Dividendo

O Conselho de Administração aprovou propor à Assembleia Geral de Acionistas o pagamento de um dividendo complementar de 0,38724598 euros por ação, que, juntamente com o dividendo com base no resultado do exercício de 2023 pago aos acionistas no dia 20 de dezembro (de 0,06572862 euros por ação), equivale a um dividendo total ordinário de 0,4529746 euros por ação. Isto representa um aumento de 7% em relação ao dividendo cobrado no último exercício de 2022 e um Pay-out de 35,8% sobre o resultado do Grupo correspondente ao exercício de 2023, em linha com a política de cuidar dos acionistas e melhorando significativamente sua remuneração.

Uma estratégia financeira consistente e, novamente, ligada à sustentabilidade

Em linha com seu firme compromisso com uma estratégia sólida e sustentável, o Grupo Elecnor mantém uma estratégia de diversificação e otimização de custos de suas fontes de financiamento, que incluem:

• Contrato de Financiamento Sindicalizado (formalizado em 2014 e com novação final em 2021) com limite de 350 milhões de euros, dividido em uma Tranche de Empréstimo de 50 milhões e uma Tranche de Crédito de 300 milhões e vencimento em setembro de 2026. Este financiamento cumpre os requisitos estabelecidos nos “Princípios de Financiamentos Vinculados à Sustentabilidade (Sustainability Linked Loan Principles), sendo classificado como sustentável.
• Um novo Programa de Notas Promissórias Multimoedas (euros e dólares) no MARF (Mercado Alternativo de Renda Fixa) (publicado em 2023), com limite de 400 milhões de euros e prazos de até 24 meses, para financiar necessidades de capital de giro e novos projetos, tanto na Espanha como além de nossas fronteiras, nas áreas de engenharia, desenvolvimento e construção de infraestrutura, energias renováveis e novas tecnologias. O programa está vinculado à sustentabilidade, incluindo objetivos de redução das emissões de gases de efeito estufa e de acidentes de trabalho que, caso não sejam cumpridos, implicam o compromisso de contribuir para projetos sustentáveis. A operação faz parte do objetivo estratégico de diversificar as fontes de financiamento e otimizar os custos financeiros.
• Desde 2021, o Grupo Elecnor mantém três colocações privadas de longo prazo, que totalizam 100 milhões de euros:
  • 50 milhões de euros a 10 anos, em formato de empréstimo sustentável, colocado pelo Banca March.
  • 20 milhões de euros a 10 anos, o que adicionalmente cumpre os Princípios dos Empréstimos Verdes (Green Loan Principles), já que os fundos se destinam a projetos classificados como verdes, colocados pelo Banco Sabadell.
  • 30 milhões de euros a 14 anos, em formato de bônus sustentáveis, também colocados pelo Banco Sabadell, integrados ao MARF. Possuem um rating BBB- do Grupo Elecnor (Investment Grade) emitido pela Axesor.

• O Grupo possui um Fundo de Securitização denominado “ELECNOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 2020, Fundo de Securitização” desde dezembro de 2020, ao qual foram cedidos os direitos de crédito decorrentes dos contratos de gestão de serviços de energia elétrica e manutenção de instalações de iluminação pública, que estão sendo executados para 43 municípios e entidades públicas espanholas. Através desta estrutura, a Elecnor obteve financiamento para investimentos nos contratos cedidos, no valor de 50 milhões de euros.

Um valor sustentável